sexta-feira, março 07, 2008

Ares do Ìndico - part 7

Os dias vão passando e só quando se chega ao final do ano é que nos apercebemos como tudo passou a correr e que mais um ano que ficou para trás. Tantas coisas boas que ficam na memória deste ano de 2007 como de tristes. A chegada de mais um ano trás sempre a esperança e a confiança de que tudo será melhor e que irá haver uma solução para tudo aquilo que está fora do nosso controlo, ou pelo menos parece estar. A meteorologia é uma das provas disso. É difícil encontrar algum lugar no mundo onde as condições meteorológicas estejam de acordo com as estações ou com a época do ano. As catástrofes naturais acontecem cada vez com mais frequência e mais devastadoras. A segurança pessoal e o conforto de viver o dia a dia andam a ter muito efeito no bem-estar e na felicidade de grande parte da população. À medida que a informação se torna cada vez mais acessível e todos podem ver como se vive nos mais variados pontos do mundo, a ideia de nunca se estar bem em lugar algum ajuda a aumentar o desejo de migrar, não só à procura do clima ideal, mas à procura da felicidade e da realização pessoal. Para este ano que agora está a chegar, quero que seja um ano cheio de saúde para mim e para todos, muito dinheiro e acima de tudo cheio de realização pessoal. Não é nada fácil nos dias de hoje alcançar esse desejo na perfeição. A competição é grande e faz-nos lutar contra tudo e todos para conseguir mostrar e provar algum valor. Enquanto uns põem no papel todos os desejos e esperanças que desejam ver concretizadas em 2008, outros aproveitam para fazer uma análise ao ano que agora termina. Verdade seja dita, esta altura do ano é muito confusa. Tudo e todos andam a correr para se despedirem do velho e receber de braços abertos o novo. Por aqui, basta um fato de banho e uns chinelos e a festa faz-se em qualquer lugar onde haja muita praia por perto, água quente e Laurentina (cerveja moçambicana). Ao menos aqui ainda se pode fumar em quase todos os lugares públicos não estatais. Apesar de ser defensor de que não se deve fumar, acho que isso deve partir da iniciativa de cada um e não por imposição de terceiros, aqueles que apenas fumam charutos quando decidem o que os outros não devem fumar. O poder do poder está em todo o lado. O Partido. Qualquer que ele seja e onde quer que ele seja, ele pode ser decisivo para a vida de todos. Não fazendo parte dele, temos todos os entraves do mundo e mais alguns, mas se fizermos parte dele, é impossível descrever o poder que nos dá. As festas, nome dado ao período festivo que vai desde Dezembro a Fevereiro, faz com que seja um dos mais caóticos em Moçambique. Por todas as razões e mais alguma. A insegurança aumenta a um ritmo incrível, os assaltos vindos de todas as partes passíveis e imaginárias acontecem a qualquer dia, a qualquer hora e em moldes surpreendentes. O que é bom, por vezes tem defeitos que ninguém quer revelar e muito menos partilhar. Para que o próximo ano seja melhor que este é preciso que muita coisa mude, muitas ideias e ideais desapareçam e sejam substituídas por algo melhor. Como em qualquer outro final do ano, na minha cabeça, em qualquer que seja o lugar do mundo onde esteja nesta altura, a confusão é muita pois o tempo para rever o bom e o menos bom é cada vez menos e por isso deixa ainda menos tempo para preparar o muito bom que se quer que aí venha. Assim, e para que tudo seja como sempre quiseram e porque o Natal é quando o homem quiser, um óptimo ano de 2008. Cada um faz os seus desejos e cada um é responsável por torná-los realidade. O que interessa acima de tudo é nunca perder a alegria de viver!

in: Semanário Económico, CASUAL