sexta-feira, março 07, 2008

Ares do Índico - part 8

Quanto tempo falta para que tudo começe a funcionar como deve ser? O que realmente significa funcionar como deve ser? Esta discussão continua a alimentar várias conversas entre pessoas de várias idades, classes sociais e nacionalidades. Desmotivação, descrença e alguma falta de vontade começam a tornar-se evidentes em torno de todos aqueles que tomaram a decisão de apostar em Moçambique como uma nova etapa das suas vidas. Não está fácil de encarar o futuro quando as prespectivas começam a ser cada vez mais incertas e acima de tudo mais istáveis. O momento apela ao empreendorismo e ao salve-se quem puder! As ideias começam a fervilhar e cada dia que passa novas ideias e projectos inovadores surgem por toda a parte, numa cidade e num país que absorve tudo o que seja novo e inovador. As ajudas são poucas e os entraves aumentam a um ritmo elevadissimo. A creatividade está no auge. Apesar dos recursos não serem os melhores e da disponibilidade custar a diferença entre o óptimo e o medíocre, a creatividade está lá e o espírito começa a fazer a diferença nos pequenos momentos e nos detalhes em que ninguém está à espera de ver. Surpreendam-nos! À medida que os dias vão passando é o que a maioria das pessoas começa a ouvir por todo o lado. Os pequenos detalhes fazem a diferença e uma pequena diferença pode fazer um enorme sucesso. Por exemplo, como se pode fazer aumentar o consumo da água potável num país onde os refrigerantes são mais baratos que a própria água? Até onde pode ir a criatividade e a inovação para fazer perceber uma população que os benefícios da água são muitas vezes maiores que os benefícios de outras bebidas mais baratas, mais apetecíveis e mais desejadas? Aqui residem as pequenas diferenças que podem fazer com que tudo seja diferente. O poder da palavra é difícil de aplicar e de ter algum peso quando a maioria da população não tem nenhuma instrução e o acesso á mesma ainda está bem longe de ser uma realidade. A comunicação e a publicidade têm caracteristicas próprias e dificilmente aplicáveis em outros mercados, países ou continentes. O que faz com que tudo seja possível além de umas ajudas “divinas” e não ao alcançe de qualquer um, é também o poder encantar tudo e todos com aquilo que nunca nos passaria pela cabeça e que nunca nos daria a razão e o retorno no que quer que seja humanamente imaginável. Há que adaptar à realidade e ao mercado. Ver até onde um gestor pode trocar o seu escritório e todo os seus conhecimentos para aplicá-los numa empresa de segurança privada, ou numa empresa de construção cívil, ou numa imobiliária, ou até mesmo numa pousada recatada e familiar nas traseiras de sua casa em frente à praia. Ver ainda como uma decoradora de interiores ao mudar de cidade, muda de uma loja de decoração para um mini-mercado onde o mais perto que vende de decoração são as frutas para decorar a fruteira! Há que adaptar às necessidades do mercado e quando menos se espera pode ser que consígamos voltar às nossas origens académicas, aos nossos sonhos de realização profissinal, à nossa felicidade pessoal. Como em tudo na vida, nada acontece por acaso e todas as mudanças trazem sempre uma mais valia para p crescimento pessoal e profissional de cada um de nós. Só quem não muda ou não tem coragem para mudar, vai continuar a pensar que não existe mais nada para além do que já existe. As portas foram feitas para ser abertas, assim como as mentalidades. Quanto mais nos sentimos confortáveis no meio onde estamos inseridos, mais vontade temos de explorar o novo e o que está para além das portas que sempre vimos fechadas.

in: Semanário Económico, CASUAL

1 Comments:

Blogger boneca said...

é sem dúvida um ponto vital para o amadurecimento - sair, experimentar, experimentarmo-nos e testar as nossas capacidades de adaptação ao que é estranho e desconhecido. julgo mesmo que é das coisas mais gratificantes que podemos fazer por nós próprios..

8:36 da manhã  

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