terça-feira, dezembro 25, 2007

Barbas de milho


segunda-feira, dezembro 24, 2007

Massingir

Massingir - distrito de Gaza. Parece que estou a falar chinês, mas não. É mesmo português de Moçambique. Interior do país, fronteira com o parque natural do Limpopo e do Kruguer Park. Terra perdida no meio do nada, onde Judas de certeza perdeu as botas e nunca mais as voltou a encontrar. Muito castiça, devo dizer. Com personagens bastante interessantes e que vão voltar a ver-me por lá daqui a uns tempos para uma visita mais cultural e didática e menos profissional. Quente como voçês não imaginam, húmida como um pão de ló de Alfazeirão e com luz a gerador. Uma vila com luz a gerador das 8 da manhã ás 0 horas. Caricato e ao mesmo tempo um relógio que faz com que tudo gire em volta do gerador. Restaurante simpático com dois pratos na lista, muito mosquito e malária para dar e vender. O trabalho correu bem e a companhia estava à altura. Um bem haja ao Toni e ao Acácio pela ajuda e pela paródia de todos os dias.
Grande co-piloto e reporter fotografico, el Dijolo!!
O céu no meio do mato num dia de muito calor, muitas nuvens e muita chuva!!! O ínico da montagem do acampamento cigano.Descapotável com atrelado!!!A máquina, o motorista e os tronos para o REI!!!Quem encomenda recados, sarilhos arranja. Mais vale meter as mãos na massa do que andar a fazer horas extraordinárias. Vai chatear o *<#$%&/+~!!!!! A EQUIPA - Acácio, Tony, eu e o fotografo atrás dela!!!
A #$%& da confusão. Quem quer saber como funciona o protocolo e as visitas de estado em Moçambique, ou vem aqui e vê pelos próprios olhos ou pode contactar o je. Devo desde já dizer que este acontecimento foi maningue nice (muito bom mesmo).

Ares do ídico - Especial Natal

Pai Natal:

Começo por avisar que este ano estou em Moçambique, Maputo para ser mais preciso. Não é preciso dizer que me portei muito bem durante o ano de 2007 e que por isso mereço uma visita e pelo menos um presente! Tens de ter muito cuidado quando estiveres a chegar a Moçambique porque estamos na altura das festas e o movimento é muito grande, além de que aqui se conduz á esquerda ou seja, tens que ter muito cuidado para não andares com o teu trenó de renas em contra mão. Está muito calor e como teu amigo devo desde já avisar que deves este ano deixar o teu fato encarnado em casa e trocar por uns calções de banho, assim podes ir deixar o meu presente à praia da Ponta do Ouro e ainda dar um mergulho comigo! Sabias que aqui não há muito o espirito de Natal como nós temos em Portugal. Não só pelo facto de ser um país muito pobre e ainda a tentar lutar pelo seu desenvolvimento. Para quem está habituado ás luzes de Natal e todas aquelas decorações que são feitas para esta época do ano, aqui vai sentir que o Natal passa sem se dar por nada. Parece que tudo está ao contrário, e está mesmo. Por esta altura, em Portugal ou em outros países da Europa as pessoas aproveitam o tempo ao máximo para ir comprar os presentes de Natal e fazer os últimos preparativos da ceia de Natal, aqui em Moçambique temos que aproveitar todos os tempos disponíveis para ir até à piscina mais próxima ou quando o tempo estica mais um bocadinho ir até à praia. Está mesmo muito calor, e mesmo quando chove, o calor não dá tréguas. Mas como tudo na vida, temos que nos adaptar ás mudanças e viver com aquilo que temos. Para ser sincero, ás vezes até sinto falta do frio, das luvas, do cachecol e do gorro e de andar por Lisboa ( a minha cidade ) a percorrer as ruas iluminadas e enfeitadas com todas as decorações de Natal, as montras cheias de neve de algodão e mais uns quantos promenores deliciosos que só conseguimos dar mais valor quando estamos nestas situações de distância. Mas a verdade seja dita, passar o Natal na praia é um luxo, com os pés de molho em água quente, camarão e lagosta a substituir as filhoses, ameijoa e lulas no lugar dos frutos secos e mais umas quantas iguarias de comer e chorar por mais. O bacalhau é claro que não falta de qualquer que seja maneira de cozinhar. Não é fácil de encontrar a bons preços e a qualidade nem sempre é a melhor, mas a intenção está lá. Até porque sabe sempre melhor a roupa velha no dia de Natal, dentro de uma caixinha, acompanhado por um gin tónico ou uma cerveja e lá está, com os pés de molho na praia! Como eu gostava de ver o Pai Natal com as barbas de molho, com um gin tónico na mão! Esse sim era uns dos presentes que eu gostava de ter este ano, além de muita paz e amor no mundo, saúde para todos e que me saísse o euromilhões. O Natal em África tem um significado diferente, pelo menos visto por mim, já que esta altura do ano é verão e a grande parte das pessoas aproveita esta época do ano para ir de férias, viajar, passar algum tempo com a família que está longe, ou mesmo visitar a que está no estrangeiro. Para os expatriados é altura de ir a casa, Portugal, matar saudades da família e da mesa recheada e voltar o mais rápido possível para o fim do ano na praia. Por isso é um pouco difícil de descrever o espírito natalício em Moçambique. Que nada tem a ver com o nosso Natal e é vivido como um período de férias grandes em que se aproveita para viajar para o mais longe possível. Por isso, querido Pai Natal, não te esqueças de mim!

in: Semanário Económico, CASUAL

Ares do Índico - part 6

Quem foi que disse que a galinha do vizinho não é muitas vezes melhor que a minha? Na semana passada estive em mais um província moçambicana, neste caso a de Gaza, mais concretamente no distrito de Massingir. O trabalho consistia em pôr de pé um evento onde iria estar presente o Presidente da Républica de Moçambique para lançar a primeira pedra de um mega projecto de bio-combustível, etanol. As energias alternativas começam a ser cada vez mais apeteciveis para os grandes investidores estrangeiros, principalmente em países como Moçambique que possuem grandes áreas de cultivo disponível e mão de obra a um preço relativamente baixo. As garantias de sucesso para projectos deste tamanho são bastante elevadas e não há quem agradeça mais com este tipo de iniciativas do que a população que está fora dos grandes centros urbanos. Apartir da cana de açucar é possível chegar ao etanol como combustível alternativo aos derivados do petróleo, como também produzir açucar refinado e ainda energia eléctrica para consumo doméstico.É preciso encorajar este tipo de iniciativas, apesar de, como em qualquer outro lugar do mundo ter de satisfazer várias pessoas até se conseguir ver algum resultado. Coisas da vida e dos negócios! A história da galinha surge num desses dias perdido no meio do mato moçambicano, paredes meias com o parque natural do Limpopo e o Kruger Park. Era preciso alimentar muitas bocas e como o trabalho não faltava para ninguém, calhou-me a mim ir buscar o mata bicho (termo moçambicano utilizado como paragem a meio da manhã para recarregar baterias e o estômago), para uma parte dos trabalhadores. Chegado ao único restaurante da vila de Massingir, e com uma ementa variada de dois pratos que iam da sandes de ovo até ao frango no churrasco com xima (espécie de puré feito com farinha, água e sal), desta vez optei por presentear o pessoal de trabalho com frango. O tempo de espera é sempre um factor de risco e muito maior do que se pode encontrar em qualquer outra churrasqueira de bairro, já que ao fim de algum tempo a viver em Moçambique, também já me adaptei aos horários normais e aos horários moçambicanos. Horário normal é aquele que funciona à hora marcada, o horário moçambicano é aquele que funciona sem horas e muitas vezes sem presenças, como se costuma dizer, serve para nada! Mas qual foi o meu espanto quando o dono do restaurante me disse que o processo iria demorar um bocadinho mais do que o previsto porque ainda tinha que ir falar com o seu vizinho para ver se ele lhe dispensava algumas das suas galinhas de forma a poder satisfazer o meu pedido. Galinhas encontradas, agora só faltava matar e depenar o nosso almoço, processo que eu já não assisti e que aproveitei o tempo para tratar de outros afazeres. Para aqueles que poderiam pensar que o famoso frango no churrasco vinha de uma embalagem de dentro de um congelador de supermercado, engana-se. Muitas vezes vem do quintal do vizinho... Certos prazeres da vida têm outro encanto em situações como estas, onde tudo falta e o pouco que há sabe como ostras e caviar!

in: Semanário Económico, CASUAL

Ares do Índico - part 5

Para muitos, África é sinónimo de um continente desconhecido onde tudo é selvagem e virgem. A ideia de viver ou viajar para um dos muitos países de África provoca um misto de emoção, aventura e pânico! Não é muito difícil encontrar opiniões de pessoas que julgam que qualquer que seja o país da África Austral, os leões andam soltos pela rua, os macacos a passear em todas as árvores e mais umas quantas descrições tiradas do filme do Mogli, o Livro da Selva, que apesar de ser uma banda desenhada inspirada na selva indiana e que vai ser apresentado com uma nova edição alusiva aos seus 40 anos de existência, não deixa de alimentar o imaginário de todos aqueles que nunca viram um animal vivo a não ser no jardim zoológico! E quem diria que depois de passar horas seguidas, muitas unhas roídas, dias intermináveis de gargalhadas e de sustos, sempre a queimar as pestanas para não perder um único segundo das aventuras do pequeno Mogli no meio da floresta, um dia seria eu o escolhido para viver todas essas aventuras e sentir todas as emoções de não só sair de casa, como do meu país e ainda do meu continente. Parece uma descrição um pouco dramática e nostálgica, mas só quando se sente uma mudança destas na pele é que é possível dar valor a tudo aquilo que nunca nos passou pela cabeça. O bom e o mau andam sempre de mãos dadas e cada vez mais os pequenos prazeres da vida são aqueles que nos dão um sorriso de orelha a orelha e nos deixam na espectativa de podermos todos os dias sentirmos aquela mesma sensação. O desconhecido acompanha qualquer um que viva em África. O poder de andar por caminhos onde provavelmente nunca ningém andou e ver aquilo que nunca ninguém viu, faz com que muitos não queiram mais sair daqui ou pelo menos, nunca mais deixar que África saia do seu coração. Como em tudo na vida e como já referi antes, o bom e o mau andam sempre de mão dada e não é nada, mas mesmo nada dfícil encontrar e ver situações e pessoas que dão a pior das imagens possíveis, tornando cada vez maior a distância entre povos e culturas, por apenas alguns dias de prazer íngrato ou por alguns milhões ganhos com a miséria e desconhecimento de muitos. O poder das novas gerações está na simbiose criada entre o trabalho e o lazer, a diversão e o voluntariado. Não só por ser Natal, mas por estar em África. Voluntariado é como o Natal, é sempre que um Homem quiser. As imensas necessidades básicas em quase todos os sectores da população, faz com que nunca seja demais uma mão amiga, uma peça de roupa, um pedaço de pão e muitas vezes um ouvido de alguém, que por muito difícil que seja de entender os mais de vinte dialéctos existentes em Moçambique, para ajudar a dar a conhecer o que de novo há para além de Moçambique como para saber o que de tão puramente virgem existe nesta imensa terra que através de ganância e ódios é destruída e vendida a troco de nada. O voluntariado tem um peso e uma importância enorme, muitas vezes confundida com o facto de estar a substituir a população e a sua auto-motivação para aprender e fazer por desenvolver as suas necessidades básicas do dia a dia. O voluntariado começa a ser uma arma de dois bicos e muitas pessoas querem que isso deixe de acontecer. Não é por alguma razão que se chama calamidades aos desastres naturais que ninguém pode prever ou antecipar, aqui, calamidades ´o nome que se dá aos mercados onde são vendidas as roupas e outros bens que são doados não só para as causas do voluntariado, como também através de instituições religiosas. O espanto daqueles que depois de umas férias menos luxuosas e de algumas aventuras por dentro da vida urbana de Maputo conseguem encontrar em algum lugar mais inesperado uns ténis ou uma camisola ou até mesmo um brinquedo que foi dado a alguma instituição religiosa ou não, para daí ser encaminhada para os países mais necessitados. Não é por ser Natal, nem por ser Moçambique, nem por ser eu. Mas só quando se está a viver com estas situações que dá para ver a diferença da televisão para a realidade, que muitas vezes não é nada abonatória.

in: Semanário Económico, CASUAL

terça-feira, dezembro 04, 2007

Fim de semana com o MORTO

Para quem conhecia bem e já à uns anos, o Tico e o Teco este fim de semana tiveram um programa intenso e doloroso. Não sabe quando voltarão a ser vistos, mas todas as medidas estão a ser tomadas para que eles voltem cheios de força e preparados para a época das festas que se avizinha!! Festinha de musica muito nice, passeio pela praia com almoço de marisco e muita cerveja, viagem até á Swazilandia e ás cascatas da Namaacha (foi pena estarem sem água, alguém deve ter levado o pipo por engano!!)Concerto no Franco-Moçambicano dos 340ml e mais umas bandas amigas e uns djs amigos e um granda som e muita cerveja!! Parecia que estávamos na terrinha!!! Até a luz era mais branca!!! Que maravilha, só foi pena ter sido durante a semana!! A sexta feira custou tanto que voçês nem imaginam!! ou até que imaginam...

O jardim é sempre bom para descansar e ganhar forças para mais um pézinho de dança e bailarico, infelizmente nao me abanei todo como queria devido aos azares da vida!!

Há que realçar o aniversário do sr. Director Criativo que completou mais um ano, a loja do Simão que se tornou o nosso porto de abrigo, a reportagem pouco fotográfica do sr. Director de Arte e a excelente performance do sr. Engenheiro de Produção, que encostou á boxe com um pinta desgraçada!!! Há que ir aos treinos e fazer bem os trabalhos de casa!!!
Adivinha: quem está na foto????

Grades no carro

Desta vez só vão as fotos do depois. Antes eram iguais mas sem as grades de anti roubo, que se tudo correr bem vão aguentar pelo menos a altura das festas, que dizem ser só o Natal, mas como sabem o Natal é quando um homem quiser. Não fica muito bonito mas pelo menos atrapalha quem faz do fananço de piscas uma profissão e assim sempre vão procurar outro a quem chatear. Fica a faltar a foto dos espelos que ainda não tem grades mas pelo menos ja estão colados até próxima surpresa!!

Farfalhota pimpinela

Desde puto que tenho o fascinio dos bigodes! Deve ter sido por o meu pai usar bigode e achar aquilo interessante. À medida que fui crescendo, o bigode foi aparecendo mas sempre sem grande força de vontade ou autoridade. Depois de muitas barbeadelas e aparanços ele ainda teima em não se revelar aquele bigode barbudo e consistente. Invejo muito os gajos que participam naqueles concursos de bigodes e que fazem maravilhas com eles!! De á uns dias para cá decidi deixar crescer a barba (há que começar por algum lado)!! Sempre com o bigode em vista, já que não há emigrante que se preze se não ostentar um belo par de cabelos por baixo do nariz. A coisa está a andar mas continua sempre a imagem de um cigano mal afortunado. Vamos deixar passar mais uns dias e ver em que isto se torna. Aqui fica um antes e agora. Esperemos que o futuro seja risonho para o BIGODAÇO!!!
ACEITAM-SE PROPOSTAS PARA O FARFALHO!!!!

Espelho para peões!!

Apesar de na foto não ser bem visivel, existe um espelho na parte da frente da maioria dos carros em Moçambique. O meu CHOCO-MOBILE não foge à regra. Muitas vezes me perguntam para que serve e eu fico sempre na mesma. Para mim não serve rigorosamente para nada, e sei que mais dia menos dia vai ser roubado por alguém. Uma das utilidades que deve ter, eplo menos o meu, é para ajudar os transeuntes de vez enquando a verem-se ao espelho, tal são razias que eles levam. Para não sofrerem de JIPOSE (doença já abordada neste blog) eles conseguem ver a doença de frente ou de lado consoante o ângulo através deste miraculoso espelho, depende do como eles atacam o carro!! Vamos ver até quando é que ele se vai aguentar lá e salvar algumas vidas!!!